Por Elaine Perassoli*
Único estado com os três biomas – Amazônia, Cerrado e Pantanal – Mato Grosso possui muitos desafios para conservar e preservar seu patrimônio.
Cada um deles possui riquezas naturais que desempenham papéis fundamentais no equilíbrio ambiental e no setor produtivo. As expectativas para solucionar os desafios comuns aos três biomas envolvem ações integradas que conciliem desenvolvimento econômico e preservação ambiental.
Para o necessário fortalecimento de políticas públicas já tem em andamento programas como o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento (PPCD). Outra necessidade é o reforço na fiscalização ambiental. Investimento em tecnologia, como satélites e drones, e o aumento de apoio às equipes de fiscalização para coibir atividades ilegais, como desmatamento e garimpo, vão contribuir bastante para mitigar os crimes ambientais.
Incentivo às Práticas Sustentáveis, como agricultura regenerativa e sustentável, é outro ponto importante a ser observado. Há alguns anos já acontece o uso de tecnologias agrícolas para promover a recuperação de solos e reduzir a dependência de desmatamento, mas é preciso ampliar ainda mais a utilização de tecnologias.
Valorização dos produtos nativos é primordial para a conservação e preservação do homem no seu próprio bioma e do ambiente. Há alguns projetos encaminhados, como o da castanha-do-brasil, pequi e artesanato regional. Isso fortalece as economias locais sem comprometer os ecossistemas.
Há ainda a conscientização e educação ambiental, adaptação às mudanças climáticas e promoção de turismo sustentável. Mas não é só isso, é preciso fomentar o ecoturismo, incentivar atividades que respeitem o equilíbrio ambiental e gerem renda para as comunidades locais.
Tem ainda a questão do uso de tecnologias avançadas. No setor agropecuário os produtores estão investindo em tecnologias de georreferenciamento que podem mapear desmatamentos e queimadas em tempo real. Os produtores rurais também investem em desenvolvimento de bioinsumos: uso de produtos que melhorem a produtividade agrícola sem comprometer o meio ambiente.
Essas soluções exigem a colaboração entre governos, empresas, ONGs e populações locais. A adoção dessas medidas pode mitigar os desafios e garantir a preservação dos biomas, ao mesmo tempo em que promove o desenvolvimento sustentável em Mato Grosso e no Brasil.
Cada um dos três biomas tem sua beleza específica e sua particularidade. Conhecer cada um deles é viajar por ambientes, cheiros e sabores muito diferentes. Cada realidade surpreende e encanta aqueles que se dispõe a conhecer Mato Grosso, que reúne esses três ambientes e ainda as áreas de transição que têm uma beleza muito específica e especial.
Amazônia: é um templo vivo de biodiversidade, onde o som das aves mistura-se com o murmúrio dos rios Juruena e Teles Pires. Este bioma, que regula o clima global e captura carbono, é vital para o equilíbrio do planeta. Proteger a Amazônia é preservar um dos maiores legados naturais da humanidade.
Cerrado: é onde a vida floresce de forma resiliente. Conhecido como a “caixa d’água” do Brasil, ele nutre as maiores bacias hidrográficas do país enquanto sustenta a produção agrícola que alimenta milhões. Cada árvore que resiste e cada riacho que persiste são testemunhas de um ecossistema que pede equilíbrio entre progresso e conservação.
Pantanal: é poesia em forma de água, onde a terra e o céu encontram harmonia em seus ciclos de cheia e seca. É lar de onças, jacarés e aves coloridas que desenham uma paisagem viva. Manter o Pantanal intocado é garantir que sua beleza e sua biodiversidade continuem a inspirar gerações futuras.
*Elaine Perassoli é jornalista em Cuiabá (MT), colaboradora do eh fonte