Operação destrói 18 balsas de garimpo ilegal em terra indígena de MT

Por Adriana Mendes

Uma operação de fiscalização ambiental realizada nesta semana resultou na apreensão e destruição de 18 balsas de garimpo além de 36 motores de grande porte, 20 mil litros de combustível, três rebocadores, 15 embarcações com motor de popa e 1,3 kg de mercúrio. A ação ocorreu na Terra Indígena Kayabi, na divisa entre Mato Grosso e Pará, e causou prejuízo estimado em R$ 36 milhões aos infratores, segundo informações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A operação, batizada de Xapiri, foi coordenada pelo Ibama, com apoio da Funai, do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar de Mato Grosso. A ação se concentrou nos rios Teles Pires e São Benedito, áreas críticas da terra indígena que vinham sendo fortemente degradadas pela extração ilegal de ouro.

A balsa é o principal equipamento para dragar o leito do rio em busca de ouro de forma ilegal. Os agentes destacam que houve um impacto devastador na região. Elas funcionam revolvendo todo o leito do rio, destruindo o habitat de peixes e outras espécies aquáticas. Esse processo libera uma enorme quantidade de sedimentos, aumentando drasticamente a turbidez da água e comprometendo a qualidade do rio por quilômetros.

Foto: Ibama

Vídeos da operação mostram algumas balsas sendo queimadas. Os garimpeiros que estavam no local fugiram com a chegada dos policiais.

As equipes também desmantelaram um grande acampamento de apoio logístico, responsável por fornecer combustível e mantimentos aos garimpeiros. O uso de mercúrio, metal altamente tóxico apreendido na operação, agrava os danos ambientais e representa risco direto à comunidade Kayabi, que depende do rio para alimentação e subsistência. A contaminação ameaça a segurança alimentar e a saúde dos indígenas.

Os equipamentos que não puderam ser removidos foram inutilizados no local, conforme prevê a legislação, para impedir a retomada das atividades ilícitas. O Ibama informou que após o registro dos termos de apreensão irá encaminhar o relatório ao Ministério Público Federal

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