Alta Floresta instala pontes de dossel para passagem de primatas

Foto: Lucas Eduardo Silva

 

Josana Sales
Alta Floresta, no norte de Mato Grosso, foram instaladas sete pontes de dossel para assegurar travessias seguras a seis espécies de primatas, incluindo o zogue-zogue-de-alta-floresta, ameaçado de extinção. O município é o primeiro da Amazônia a adotar um Plano Urbano de Mitigação para reduzir atropelamentos de animais silvestres e promover a conectividade entre áreas florestais na cidade.

As estruturas fazem parte do Programa “Alta Floresta Não Atropela”, que reúne diversos parceiros. Localizadas em três pontos urbanos, as pontes variam entre 10 e 22 metros de comprimento e estão a uma altura média de 9,5 metros, garantindo a passagem de veículos pesados. As cruzetas das pontes tocam as copas das árvores, enquanto cabos de aço, cordas e telas de nylon se conectam às árvores próximas, formando as passagens.

A primeira passarela foi finalizada na estrada Primeira Vicinal Oeste. A construção é composta por três tipos de cabos de aço com tramas diferentes, adequados às diversas formas de locomoção dos primatas arbóreos de Alta Floresta, uma área rica em espécies com hábitos distintos.

Segundo a bióloga Fernanda Abra, do Projeto Reconecta, as pontes são essenciais para a preservação de espécies ameaçadas. “Fiquei impressionada com a quantidade de animais circulando na cidade e preocupada com o elevado número de atropelamentos. O zogue-zogue-de-alta-floresta (Plecturocebus grovesi) está em risco crítico de extinção”, alerta.

Câmeras foram instaladas nas extremidades das pontes para monitorar a movimentação dos animais. A pesquisa será conduzida por Maelle Lima de Freitas, mestranda em Ciências Ambientais pela Unemat. “O objetivo é analisar o comportamento das espécies que utilizam as passagens”, afirma. Os dados serão divulgados mensalmente em um outdoor na lagoa das Capivaras, no centro de Alta Floresta.

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