As estruturas fazem parte do Programa “Alta Floresta Não Atropela”, que reúne diversos parceiros. Localizadas em três pontos urbanos, as pontes variam entre 10 e 22 metros de comprimento e estão a uma altura média de 9,5 metros, garantindo a passagem de veículos pesados. As cruzetas das pontes tocam as copas das árvores, enquanto cabos de aço, cordas e telas de nylon se conectam às árvores próximas, formando as passagens.
A primeira passarela foi finalizada na estrada Primeira Vicinal Oeste. A construção é composta por três tipos de cabos de aço com tramas diferentes, adequados às diversas formas de locomoção dos primatas arbóreos de Alta Floresta, uma área rica em espécies com hábitos distintos.
Segundo a bióloga Fernanda Abra, do Projeto Reconecta, as pontes são essenciais para a preservação de espécies ameaçadas. “Fiquei impressionada com a quantidade de animais circulando na cidade e preocupada com o elevado número de atropelamentos. O zogue-zogue-de-alta-floresta (Plecturocebus grovesi) está em risco crítico de extinção”, alerta.
Câmeras foram instaladas nas extremidades das pontes para monitorar a movimentação dos animais. A pesquisa será conduzida por Maelle Lima de Freitas, mestranda em Ciências Ambientais pela Unemat. “O objetivo é analisar o comportamento das espécies que utilizam as passagens”, afirma. Os dados serão divulgados mensalmente em um outdoor na lagoa das Capivaras, no centro de Alta Floresta.